
Pio Guerra, presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco,_Faepe comanda desde quarta, 27 e até essa sexta, 29, no Centro de Convenções, a 16º Agrinordeste, o maior encontro do segmento, em todo o país, reunindo três mil participantes em torno. O evento, realizado anualmente, reúne especialistas de vários estados e debate o agronegócio brasileiro. São 84 palestras, mesas redondas, mini-cursos, painéis, etc. Atuando também como vice-presidente da CNA, Pio Guerra analisa aqui no www.slcomunicacao.com a importância do Agrinordeste, temas aprofundados, fala sobre o turismo rural crescente em Pernambuco e faz alerta sobre o setor. Abaixo a entrevista que o presidente da Faepe deu ao blog, logo no primeiro dia do encontro. Vejamos:
16° Agrinordeste
Entrevista Pio Guerra(Presidente da Faepe)
1) Na sua opinião quais os principais assuntos que serão discutidos pelo Agrinordeste deste ano?
Pio Guerra: Acredito que na área de agroenergia, a questão do bicombustível tem grande relevância por conta da nossa importância na produção de cana-de-açucar. Bem como todas as outras palestras que façam referência ao etanol ou a bioenergia. Nós temos uma possibilidade por conta da cana-de-açúcar de termos um espaço econômico relevante. Na agricultura também temos uma importância, devido ao grande número de pessoas que se envolveram nessa atividade e se prejudicaram com as doenças que aconteceram afetando os criadores de camarão por exemplo. Então teremos palestras que aborda o cultivo de peixes marinhos, além de mini-cursos. Enfim cada área tem sua importância específica.
2) O que poderíamos destacar, por exemplo, sobre a produção de Leite em Pernambuco. Em que estágio se encontra atualmente? Pernambuco já foi um Estado promissor, neste sentido. O que falta? Que políticas devem existir para ajustar o setor?Pio Guerra: O leite sempre foi um produto importante para a nossa região. Em Pernambuco ele é tido muito mais como um componente social, já que mais 70% é produzido no agreste pernambucano. Vale salientar que a produção de leite em Pernambuco, nos últimos dois anos ganhou duas grandes usinas de beneficiamento de leite no Interior do Estado, que certamente irão dinamizar e movimentar o comércio do produto nessas regiões. Pernambuco já passou por momentos difíceis, mas acreditamos que a chegada dessas novas unidades industriais, fará com que o mercado possa se estabilizar melhor e haja uma melhor disputa do produto, por parte das indústrias melhorando os preços para os produtores.
3) Vamos falar em crescimento do Agrinordeste. Quando o evento começou atendia que público? E atualmente?
Pio Guerra: O Agrinordeste tem uma história curiosa. Ele começou há 16 anos, através de um projeto do Ministério da Agricultura, que criou cinco grandes eventos como o nosso, nas regiões brasileiras. O primeiro Agrinordeste teve cerca de 200 participantes gratuitos, onde já chegamos a ter 4 mil participantes, também gratuitos. Hoje ocupamos todas as salas e auditórios do Centro de Convenções e o evento é dividido em oito grandes áreas temáticas, distribuídas em 84 palestras, oficinas e mini-cursos. Todos os temas são bastante representativos do agronegócio do Estado e da região. Os interessados se agrupam por cada um desses temas. A vantagem do evento é que ele permite que grupos se formem e discutam entre si suas questões, além de dialogar de forma aberta com os palestrantes, previamente escolhidos por eles.
4) Como o senhor avalia o Turismo Rural hoje em Pernambuco?
Pio Guerra: O Turismo Rural é certamente uma atividade que se iniciou a pouco tempo no Estado. Os empreendedores dessa área constituíram recentemente a Comissão de Turismo Rural dentro da Federação da Agricultura de Pernambuco, com mais de dez empreendimentos, que estão aqui representados. Todos são produtores rurais, que desenvolveram nas suas terras, fazendas, equipamentos de turismo rural e que trabalham intensamente, além de serem bastante esclarecidas e com espírito empreendedor. Acredito que esse tipo de atividade só venha crescer aqui no Estado, pela características dos sítios históricos que nós temos, e as diversidades culturais e naturais, que só tendem a crescer substancialmente. E como temos feito todos os anos, o Agrinordeste analisará o turismo rural, através de oito painéis e dois mini-cursos, com especialistas de vários estados.
5) Como o projeto Trilhas Eqüestres, criado pela Faepe em Gravatá, tem contribuído para o Turismo Rural?
Pio Guerra: Gravatá é um local que já tem uma história de turismo rural, pela sua proximidade a Recife, tem uma clientela cativa e significativa. Vale lembrar que há dois anos o SEBRAE e FAEPE contrataram especialistas na área, em que o Presidente da Associação Brasileira de Turismo Rural aqui esteve sendo identificado o potencial de Gravatá, para que no futuro seja construído um pólo de turismo eqüestre, uma das principais atividades de lazer requisitadas pelos turistas, que fazem esse tipo de turismo. O projeto foi criado não apenas para valorizar o Turismo Rural na região Agreste do Estado, mas também para incentivar à prática da cavalgada, em espaços dotados de uma natureza rica e exuberante.
6) Que alerta o senhor faria para o setor agropecuário hoje?
Pio Guerra: A atividade agropecuária hoje, mais do quê nunca é uma atividade profissional. O empreendedor que se destinar a exercer precisa conhecer o que vai fazer, estudar sua atuação, pesquisar sobre a área interesse, enfim ser profissional. E por ser um setor que não remunera muito, é preciso que se exerça a atividade com profissionalismo, se não ela vai ter prejuízo.
7) Quais os principais entraves vistos atualmente no setor agropecuário? Destes quais estão presentes nas discussões do Agrinordeste.
Pio Guerra: Entre alguns fatores, pode-se citar o custo dos fertilizantes, que representa o principal insumo agrícola do país e afeta qualquer atividade agropecuária uma vez que, o Brasil é considerado o quarto no mercado de fertilizantes do mundo, com um crescimento de 70% nos últimos dez anos. Nesse sentido, o Agrinordeste tem uma postura muito mais prepositiva, do que questionadora, nele buscamos trazer informações atualizadas sobre o mercado, técnicas de produção nos setores da economia rural nordestina, perspectiva de mercado nacional e internacional, além de novas atividades que podem ser desenvolvidas nos setores.
Há de se tratar também da questão dos altos preços dos agroquímicos aprovando com rapidez a utilização dos defensivos genéricos, facilitando também o registro de novos produtos nos organismos federais que dificultam e deixam mais caros os defensivos agrícolas. Outra questão importante é a infraestrutura, em que o Brasil tem dificuldades sérias na consolidação de suas rodovias e portos, onde hoje são construídas hidroelétricas sem se levar em conta a realização de eclusas que permita ao longo do tempo que se utilizem essas rodovias como grandes canais de escoamento permanente de produção. Os grandes projetos dessas rodovias estão parados e a construção das eclusas não acontecem deixando as rodovias ineficientes e os portos precisando de uma modificação em sua legislação.
Há de se falar também, na questão da defesa sanitária, por ser um país que conquistou os espaços de mercado internacional precisa ter uma atitude de política sanitária muito mais agressiva, muito mais responsável. E por fim, o repetido caso do endividamento agropecuário. Existem setores expressivos da produção agropecuária que estão ainda sem ter suas questões de débito resolvidas, reduzindo as margens do produtor e medindo o seu aumento de produtividade. Esses são os principais entraves observados no setor agropecuário brasileiro.
8 ) O Agrinordeste é importante. Por quê? Explique.
Pio Guerra: É importante sim. Porque somos uma das regiões que vive desinformada, uma vez que o homem do meio rural já tem a característica de interiorano e de pouco acesso a informação sobre o seu negócio. Sendo assim, o Agrinordeste se tornou um ambiente de discussão entre os setores rurais econômicos nordestino, permitindo trocar informações com os companheiros de outros municípios, regiões e até mesmo de outros países. Então além de ser um espaço democrático, amplo e exclusivo do setor agropecuário você tem a oportunidade de trocar conhecimentos com técnicos e profissionais sobre sua atividade.
16° Agrinordeste
Entrevista Pio Guerra(Presidente da Faepe)
1) Na sua opinião quais os principais assuntos que serão discutidos pelo Agrinordeste deste ano?
Pio Guerra: Acredito que na área de agroenergia, a questão do bicombustível tem grande relevância por conta da nossa importância na produção de cana-de-açucar. Bem como todas as outras palestras que façam referência ao etanol ou a bioenergia. Nós temos uma possibilidade por conta da cana-de-açúcar de termos um espaço econômico relevante. Na agricultura também temos uma importância, devido ao grande número de pessoas que se envolveram nessa atividade e se prejudicaram com as doenças que aconteceram afetando os criadores de camarão por exemplo. Então teremos palestras que aborda o cultivo de peixes marinhos, além de mini-cursos. Enfim cada área tem sua importância específica.
2) O que poderíamos destacar, por exemplo, sobre a produção de Leite em Pernambuco. Em que estágio se encontra atualmente? Pernambuco já foi um Estado promissor, neste sentido. O que falta? Que políticas devem existir para ajustar o setor?Pio Guerra: O leite sempre foi um produto importante para a nossa região. Em Pernambuco ele é tido muito mais como um componente social, já que mais 70% é produzido no agreste pernambucano. Vale salientar que a produção de leite em Pernambuco, nos últimos dois anos ganhou duas grandes usinas de beneficiamento de leite no Interior do Estado, que certamente irão dinamizar e movimentar o comércio do produto nessas regiões. Pernambuco já passou por momentos difíceis, mas acreditamos que a chegada dessas novas unidades industriais, fará com que o mercado possa se estabilizar melhor e haja uma melhor disputa do produto, por parte das indústrias melhorando os preços para os produtores.
3) Vamos falar em crescimento do Agrinordeste. Quando o evento começou atendia que público? E atualmente?
Pio Guerra: O Agrinordeste tem uma história curiosa. Ele começou há 16 anos, através de um projeto do Ministério da Agricultura, que criou cinco grandes eventos como o nosso, nas regiões brasileiras. O primeiro Agrinordeste teve cerca de 200 participantes gratuitos, onde já chegamos a ter 4 mil participantes, também gratuitos. Hoje ocupamos todas as salas e auditórios do Centro de Convenções e o evento é dividido em oito grandes áreas temáticas, distribuídas em 84 palestras, oficinas e mini-cursos. Todos os temas são bastante representativos do agronegócio do Estado e da região. Os interessados se agrupam por cada um desses temas. A vantagem do evento é que ele permite que grupos se formem e discutam entre si suas questões, além de dialogar de forma aberta com os palestrantes, previamente escolhidos por eles.
4) Como o senhor avalia o Turismo Rural hoje em Pernambuco?
Pio Guerra: O Turismo Rural é certamente uma atividade que se iniciou a pouco tempo no Estado. Os empreendedores dessa área constituíram recentemente a Comissão de Turismo Rural dentro da Federação da Agricultura de Pernambuco, com mais de dez empreendimentos, que estão aqui representados. Todos são produtores rurais, que desenvolveram nas suas terras, fazendas, equipamentos de turismo rural e que trabalham intensamente, além de serem bastante esclarecidas e com espírito empreendedor. Acredito que esse tipo de atividade só venha crescer aqui no Estado, pela características dos sítios históricos que nós temos, e as diversidades culturais e naturais, que só tendem a crescer substancialmente. E como temos feito todos os anos, o Agrinordeste analisará o turismo rural, através de oito painéis e dois mini-cursos, com especialistas de vários estados.
5) Como o projeto Trilhas Eqüestres, criado pela Faepe em Gravatá, tem contribuído para o Turismo Rural?
Pio Guerra: Gravatá é um local que já tem uma história de turismo rural, pela sua proximidade a Recife, tem uma clientela cativa e significativa. Vale lembrar que há dois anos o SEBRAE e FAEPE contrataram especialistas na área, em que o Presidente da Associação Brasileira de Turismo Rural aqui esteve sendo identificado o potencial de Gravatá, para que no futuro seja construído um pólo de turismo eqüestre, uma das principais atividades de lazer requisitadas pelos turistas, que fazem esse tipo de turismo. O projeto foi criado não apenas para valorizar o Turismo Rural na região Agreste do Estado, mas também para incentivar à prática da cavalgada, em espaços dotados de uma natureza rica e exuberante.
6) Que alerta o senhor faria para o setor agropecuário hoje?
Pio Guerra: A atividade agropecuária hoje, mais do quê nunca é uma atividade profissional. O empreendedor que se destinar a exercer precisa conhecer o que vai fazer, estudar sua atuação, pesquisar sobre a área interesse, enfim ser profissional. E por ser um setor que não remunera muito, é preciso que se exerça a atividade com profissionalismo, se não ela vai ter prejuízo.
7) Quais os principais entraves vistos atualmente no setor agropecuário? Destes quais estão presentes nas discussões do Agrinordeste.
Pio Guerra: Entre alguns fatores, pode-se citar o custo dos fertilizantes, que representa o principal insumo agrícola do país e afeta qualquer atividade agropecuária uma vez que, o Brasil é considerado o quarto no mercado de fertilizantes do mundo, com um crescimento de 70% nos últimos dez anos. Nesse sentido, o Agrinordeste tem uma postura muito mais prepositiva, do que questionadora, nele buscamos trazer informações atualizadas sobre o mercado, técnicas de produção nos setores da economia rural nordestina, perspectiva de mercado nacional e internacional, além de novas atividades que podem ser desenvolvidas nos setores.
Há de se tratar também da questão dos altos preços dos agroquímicos aprovando com rapidez a utilização dos defensivos genéricos, facilitando também o registro de novos produtos nos organismos federais que dificultam e deixam mais caros os defensivos agrícolas. Outra questão importante é a infraestrutura, em que o Brasil tem dificuldades sérias na consolidação de suas rodovias e portos, onde hoje são construídas hidroelétricas sem se levar em conta a realização de eclusas que permita ao longo do tempo que se utilizem essas rodovias como grandes canais de escoamento permanente de produção. Os grandes projetos dessas rodovias estão parados e a construção das eclusas não acontecem deixando as rodovias ineficientes e os portos precisando de uma modificação em sua legislação.
Há de se falar também, na questão da defesa sanitária, por ser um país que conquistou os espaços de mercado internacional precisa ter uma atitude de política sanitária muito mais agressiva, muito mais responsável. E por fim, o repetido caso do endividamento agropecuário. Existem setores expressivos da produção agropecuária que estão ainda sem ter suas questões de débito resolvidas, reduzindo as margens do produtor e medindo o seu aumento de produtividade. Esses são os principais entraves observados no setor agropecuário brasileiro.
8 ) O Agrinordeste é importante. Por quê? Explique.
Pio Guerra: É importante sim. Porque somos uma das regiões que vive desinformada, uma vez que o homem do meio rural já tem a característica de interiorano e de pouco acesso a informação sobre o seu negócio. Sendo assim, o Agrinordeste se tornou um ambiente de discussão entre os setores rurais econômicos nordestino, permitindo trocar informações com os companheiros de outros municípios, regiões e até mesmo de outros países. Então além de ser um espaço democrático, amplo e exclusivo do setor agropecuário você tem a oportunidade de trocar conhecimentos com técnicos e profissionais sobre sua atividade.

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